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sábado, 21 de março de 2009

A GESTÃO QUE PERI MIRIM MERECE! (parte II)

(Antes do amigo leitor inciar o exame desse texto, sugiro que primeiro conheça a parte I do artigo através do link http://portalperimirim.blogspot.com/2009/03/gestao-que-peri-mirim-merece-parte-i.html )
A questão problemática a respeito das bases ideológicas da Administração Pública encontra-se enraizada não apenas em sua origem, sua história e tradição, como afirmei outrora; na verdade, necessário é dizer, origina-se de uma bifurcação em sua própria raiz. Daí a necessidade de arrancar-se tal raiz e semear outra em seu lugar, sendo implementado o projeto que esta alcance igual profundidade ao da outra.
Quando me refiro à ''bifurcação'', quero dizer que o problema nasce, paradoxalmente e contraditoriamente à natureza, assim digamos para melhor compreensão, de duas razões em uma - daí uma raiz bifurcada.
Essas duas vertentes representam características distintas no espaço e no tempo. A primeira, exprime-se no que já foi dito sobre a evolução da sociedade, e que considerando-se o fim a que almejamos neste século, à qual denominamos Estado Moderno, consiste na base ideológica administrativa cujo histórico e desenvolvimento fez tombar a expectativa de um modo democrático de relacionar governo e cidadãos, ou seja, a postura tomada por aqueles que assumiram a administração, suas prerrogativas de um lado, e de outro, a compostura dos súditos ao tempo da Idade Antiga, Média e parte da Moderna, necessitariam, somente num futuro não muito próximo, erguer-se a fim de satisfazer à comunidade dos homens. Trata-se das varáveis formas de exercício de comando, apreciáveis em momentos os mais distintos e inimagináveis ao tempo de cada época.
A segunda, mais recente, verifica-se já no Estado Moderno, pela passagem do antigo modelo da Administração Absolutista para o modelo submetido ao Estado de Direito, de inauguração francesa a partir dos anos de 1789, quando então mudou-se o regime teórico do Estado, mas não transformou-se a mente dos habitantes do mesmo. Os cidadãos continuaram a refletir como súditos, e os administradores ( nesse auge repousava os legisladores) a agir como monarcas, apesar de grandes mudanças teóricas.
Na prática, vemos repetidos os efeitos dessa segunda vertente caracterizadora da questão aqui em foco, quando temos a oportunidade de inaugurar uma nova maneira de adequação às propostas de um Estado (Democrático) de Direito, e então, logo após 3 meses de campanha eleitoral, após a expedição do diploma, e enfim, a ascenção do candidato vitorioso ao cargo administrativo, nada se percebe de novo, nenhuma inauguração ideológica-prática faz-se acompanhar do novo gestor.
Muda-se o personagem, mas não o roteiro; muda-se a voz, mas a música cantada é a mesma; toca-se em outro instrumento, mas a melodia se mantém; invertem-se os fatores, mas o resultado já é conhecido...
Ora, fazer o que todo mundo fez e faz é fácil. Qualquer pessoa é hábil para isso. Pagar funcionários em dia ( se pelo menos em dia fosse) é melhor realizado se realizado por um caixa eletrônico. Não há mistério nisso.
Pintar calçadas e esconder o lixo debaixo do tapete é praxe que até um menino-rapaz faz bem feito - praxe esta considerada de grande valia para os últimos gestores, haja vista estes reproduzirem com ''extrema qualidade técnica-administrativa'' em seus mandatos.
Dar esmolas ao povo quando por ele solicitado não é função de um prefeito; dar esmolas é função de todo ser humano, conforme a oportunidade e conveniência lhe convir. Função de um gestor é propiciar aos cidadãos condições de gerarem riquezas por si próprios e para se auto-sustentarem, e isso através de uma boa infra-estrutura, de segurança pública, orientação técnica, incentivos por meio de parcerias com instituições financeiras,etc., sob pena manter a existência constante de gente que precisa de esmolas, de pessoas eternamente dependentes de um governo paternalista como é o atual e conforme o foi nos governos imperialistas e monarquistas dos tempos passados. É tempo de semearmos a boa semente.
Onde há FUNÇÃO, ao contrário da insígnia PODER, não há autonomia da vontade que se exprime em ''favoritismos'' a fim tornar os outros escravos da curatela, nem autodeterminação da finalidade a ser buscada e deturpada no meio do caminho, nem a procura de interesses próprios, pessoais.
Há adscrição a uma finalidade previamente estabelecida pelas bases fundamentais que alicerça uma Administração e há o DEVER de bem atender um interesse alheio, que, no caso, é um interesse público - vale dizer, da coletividade como um todo, e não dos bolsos e contas bancárias, inclusive da própria entidade administrativa considerada em si mesma.
É tempo de inaugurarmos uma Administração Pública que respeite os ideais das propostas de um Estado democrático de Direito; da Constituição Federal de 05 de Outubro de 1988, escrita que foi com tinta de sangue daqueles que lutaram pelos princípios ali consagrados; das propostas, ainda, dos princípios basilares que devem nortear um gestor da coisa pública, quais sejam, o da supremacia do interesse público sobre o interesse privado - e, sobretudo, acima do interesse próprio-pessoal -, e o da implementação do bem comum.
FUNÇÃO, DEVER!
DEVER E FUNÇÃO EM LUGAR DO PODER!
Que os leitores deste blog possam permitir que esta nova esperança, convergida na ''semente'' ideológica acompanhada da prática, a qual tende a abraçar com suas raízes todos os cidadãos de boa vontade, estabeleça-se em suas consciências, espíritos e intenção.
Adubemos, pois, esta idéia, enxertando nela tudo aquilo que de bom e mais precisoso tenha já raízes em nós mesmos.

Um comentário:

Unknown disse...

Quero parabenizar os autores do Blog pela coragem de "Gritar" o que o Povo de Peri-Mirim precisa ouvir... Como dizia Robero Carlos "Eles estão Surdos"...! É preciso ter coragem para denunciar a pouca Vergonha de Políticos que não conhecem o verdadeiro sentido de uma "Política Séria", onde se faça imperar o verdadeiro valor da
"SOBERANIA" e da "CIDADANIA". Chega de políticos que só olham para o seu "umbigo" e que só beneficiam a si mesmo ou a quem come na sua "Panelinha".

Diante da deturpação da política pela prática da corrupção, não é o caso de desanimar, de desistir, ou de se omitir. Ao contrário. Precisamos inclusive constatar que quanto maior a ausência dos cidadãos nas atividades políticas, maior é o espaço para a corrupção prosperar.

Para extirpar a corrupção, o caminho indicado é a participação consciente e responsável da cidadania nas atividades políticas.

Para encerrar: nós que nos professamos cristãos quanto oramos o "Pai Nosso", quermos dizer que Deus é “Pai – Nosso”; portanto os homens e as mulheres devem se relacionar como irmãos e irmãs, sem haver exclusão, sem haver opressão ou sem qualquer tipo de violação da dignidade humana. Lutar pela libertação é valorizar a paternidade universal de Deus, que se manifesta nas relações justas e fraternas entre todos os seres humanos.

Você pode mudar o curso da história para melhor ou para pior... Qual é a sua opção?